terça-feira, 9 de junho de 2015

Ecopontos

Atualização: 20/01/2017

Hoje em dia a grande maioria das cidade do Brasil possuem sistema para coleta de lixo. Basta a pessoa colocar aquilo que ela quer descartar num saco, deixa-lo na calçada e o caminhão de lixo o leva embora. Este material costuma ser levado para aterros ou para usinas de incineração.

Com o aumento da discussão sobre os cuidados que precisamos ter com o meio ambiente, surgiu uma dúvida: tudo que não serve mais deve ser enterrado ou queimado? A resposta é não! Muitos materiais podem ter destinos diferentes e reaproveitados, gerando economia para as cidades, renda para os catadores e preservação do meio ambiente.


Uma das formas de redução e reaproveitamento dos materiais inservíveis foi com a criação de usinas de reciclagem. São centros onde os principais materiais (plásticos, vidros, papéis e metais) eram separados e vendidos novamente para a industria, diminuindo custos com a produção de matéria prima. Os primeiros dados sobre o inicio da reciclagem de materiais no Brasil vem do ano de 1896.

A proposta dos Ecopontos

Mas conforme foi passando o tempo, apenas os centros de reciclagem não eram suficientes para diminuir o problema do lixo. Muitos materiais como podas e galhos, resíduos da construção civil e lixo eletrônico (computadores, teclados, televisores, aparelhos de dvd e etc) não podiam ser jogados no lixo comum. Foi daí que surgiram os Ecopontos (estação de entrega voluntária de inservíveis).


Ecoponto no bairro do Perus, em São Paulo
Foto via: Site da Prefeitura de São Paulo
O primeiro ecoponto no Brasil foi criado em 2003 na cidade de São Paulo, sob o viaduto Bresser. A partir de então, a cidade conta com aproximadamente 50 locais para descarte de materiais específicos. A grande maioria dos ecopontos recebem os seguintes materiais:
  • Podas de arvores (galhos, folhas, sobras de grama)
  • Resíduos da construção civil (tijolos, restos de cimento, pisos, azulejos)
  • Moveis velhos ou usados de grande volume (sofás, guarda roupas, geladeiras, mesas)
  • Lixo reciclável (papel e papelão, vidros, metais e plásticos)
  • Lixo eletrônico (computadores, teclados, mouses, televisores, fios e cabos)
Atenção: os ecopontos não substituem o serviço de coleta de lixo, que funcionam de maneira independente do sistema de reciclagem. Ainda no caso dos resíduos da construção, os ecopontos se limitam a receberem até 1 m³ de resíduos por habitante por dia. Acima desta quantidade, é necessário que o cidadão contrate um serviço de caçambas profissional.

Os ecopontos ajudam a resolver outros problemas como:
  • Diminuição do descarte irregular de resíduos em terrenos baldios;
  • Diminuição do volume de lixo levado aos aterros, prolongando assim a vida útil dos mesmos;
  • Oportunidade de renda para pessoas que trabalham com a coleta de recicláveis.
Lixo em Ribeirão Preto

Em Ribeirão Preto, a situação do lixo sempre foi complicada. Atualmente a empresa Leão Ambiental é a responsável pela coleta do lixo domiciliar na cidade. A administração atual sempre tentou implementar a PPP (Parceria Público Privada) do lixo, mas devido a diversas irregularidades o projeto ainda não saiu do papel.

Caminhão da Leão Ambiental em Ribeirão Preto
fonte: G1.com/ribeirão
No quesito reciclagem, a cidade possui apenas uma cooperativa em funcionamento, a cooperativa Mãos Dadas no jardim Branca Sales. Atualmente possui uma parceria com a prefeitura para a coleta de recicláveis, mas a quantidade de material recolhido é muito baixa para uma cidade com o porte de Ribeirão.

Cooperados da Mãos Dadas em Ribeirão Preto
Foto via: A Cidade ON
Ribeirão possui uma central de reciclagem de resíduos da construção civil. Mas o local é destinado apenas para descarte de caçambas. Mas mesmo que uma pessoa tenha restos de alguma reforma feita em casa, não seria certo ela atravessar toda a cidade para descarta-los. E o chamado lixo eletrônico só pode ser descartado na própria Secretaria do Meio Ambiente, no jardim Sumaré. Vale lembrar que o CEDIR (Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática) localizado dentro da USP também recebia lixo eletrônico (apenas com agendamento antecipado) mas atualmente o recebimento de materiais está suspenso.

Centro de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil
Fonte: Google Street View
Qual a conclusão que chegamos? Ribeirão Preto nunca teve planejamento na questão do lixo reciclável e materiais específicos. Podemos perceber isso dando uma volta pela cidade e vendo a quantidade de lixo jogado em terrenos baldios. Mas a culpa disso não é apenas da prefeitura, é também nossa culpa! Não cobramos por lugares para fazermos o descarte correto e muitos acreditam ser mais fácil jogar aquele resto de obra ou poda de arvore naquele terreno abandonado à duas quadras de casa. Isso precisa mudar!

Ideia utópica de hoje

Se os ecopontos deram certo em grandes cidades como São Paulo, por que não dariam certo em Ribeirão? Minha proposta seria a divisão da cidade em cinco regiões (Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro) e organizar os ecopontos de acordo com a demanda de cada região. O link abaixo é um mapa com todas as regiões separadas por nomes que representam seus bairros.


Total de áreas prevista: 27 ecopontos
Distância máxima de uma residencia até o ecoponto mais próximo: aprox. 2 (dois) quilômetros.
  • Zona Norte
    • Ecoponto Ipiranga
    • Ecoponto Alexandre Balbo
    • Ecoponto Simioni
    • Ecoponto Campos Elíseos
    • Ecoponto Aeroporto
    • Ecoponto Tanquinho
    • Ecoponto Jóquei Clube
  • Zona Oeste
    • Ecoponto Parque Ribeirão
    • Ecoponto Sumarezinho
    • Ecoponto Planalto Verde
    • Ecoponto Jardim Itaú
    • Ecoponto Campos da USP
  • Zona Leste
    • Ecoponto Ribeirânia
    • Ecoponto São José
    • Ecoponto Jardim Paulista
    • Ecoponto Lagoinha
    • Ecoponto Vila Abranches
    • Ecoponto Ribeirão Verde
  • Zona Sul
    • Ecoponto Alto da Boa Vista
    • Ecoponto Nova Aliança
    • Ecoponto Irajá
    • Ecoponto City Ribeirão
    • Ecoponto Bonfim
    • Ecoponto Recreio das Acácias
    • Ecoponto Saint Gerard
    • Ecoponto Country Village
  • Zona Central
    • Ecoponto Centro
Os ecopontos teriam dimensões de 16m x 21m (totalizando uma área de 336 m²), com espaço suficiente para o recolhimento de galhos, móveis velhos, recicláveis, lixo eletrônico e resíduos da construção civil. O ecoponto usado como base foi o da Vila Sabrina, em São Paulo. Clique nas imagens para amplia-las!

Proposta de Ecoponto unidade Ipiranga - projeção
Software usado: Google SketchUp
Preferencialmente, os ecopontos deverão ser instalados nas esquinas e próximos de vias com maior fluxo de veículos, o que facilitaria também o acesso aos caminhões para o recolhimento dos materiais.

Vista frontal e lateral
Software usado: Google SketchUp
Todos os ecopontos possuem uma placa com as seguintes informações: denominação, região correspondente, resíduos permitidos e proibidos, telefone do serviço de limpeza pública e logo da cidade de Ribeirão Preto.

Placa indicando o ecoponto
Software usado: Google SketchUp
O espaço teria condições para receber as seguintes estruturas:
  1. Caçambas para o recolhimento de resíduos da construção. O espaço permite a entrada e saída de caminhões de forma rápida e prática.
  2. Ponto para recolhimento de recicláveis (papeis e papelão, vidros, metais e plásticos)
  3. Baia para a guarda de galhos, podas e restos de arvores.
  4. Baia para o recolhimento de móveis velhos, sejam inteiros ou em pedaços (sofás, camas, armários etc)
  5. Tulha para o recebimento de lixo eletrônico (PCs, monitores, placas de computador, cabos etc)
  6. Escritório com banheiro para o funcionário responsável pelo ecoponto.
Composição do ecoponto
Software usado: Google SketchUp
Um breve memorial descritivo e informações relevantes:
  • O terreno será cercado com alambrado de malha com alicerce de blocos de concreto. O chão destinado para as caçambas, recicláveis e estrutura para o funcionário seriam de concreto, enquanto a área com as baias para galhos e móveis seria coberta com brita.
  • A plataforma de concreto para descarte de resíduos de construção teriam aproximadamente 85 cm com rampa, para o acesso de carrinhos de mão, veículos de tração animal ou mesmo populares.
  • As baias podem ser cobertas com telhas de fibrocimento, evitando que o material seja molhado com a chuva ou danificado pelo sol forte, deixando-os ainda mais inservíveis.
  • O numero de caçambas pode variar de duas a três dependendo da demanda da região onde o ecoponto se localiza, fazendo sua remoção uma vez por semana.
  • O horário de funcionamento seria das 8:00 às 19:00 de segunda à sábado, variando a necessidade de abertura aos domingos mediante demanda.
  • A secretaria responsável deverá adquirir 6 (seis) caminhões caçamba de entulho, sendo uma para cada região e uma para reserva, caso alguns dos cinco veículos esteja em manutenção, desta forma evitando deslocamentos desnecessários e atraso no serviço de coleta. 
Mais algumas imagens do ecoponto proposto:







Uma vez que as novas estruturas comecem a funcionar, estruturas atuais como o ecoponto para lixo eletrônico, a cooperativa Mãos Dadas e o centro de reciclagem de resíduos podem não dar conta da demanda extra, por isso será necessário a construção de um Ecocentro. Um Ecocentro seria um ecoponto de maiores dimensões, onde todo o material seria tratado e destinado aos locais corretos. O Ecocentro poderia ser construido próximo ao Anel Viário, pois facilitaria o deslocamento dos caminhões e ficando afastado da zona urbana.

Esta é minha ideia de hoje. Vale lembrar que os ecopontos por si só não resolvem o problema. A administração municipal precisa investir em conscientização e punição para as pessoas que insistirem em jogar lixo em locais irregulares! Os dois lados precisam se unir nesta causa!

Se você gostou da proposta, compartilhe com seus amigos, vizinhos, associação de bairros e cobre dos vereadores, secretaria do meio ambiente e prefeitura! Não digo apenas resmungar e apenas criticar, mas também agir!

Até a próxima postagem!


Links relacionados:
Evolução da Coleta Seletiva e Reciclagem no Brasil (em PDF).
Ecopontos - Descrição

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